Não são poucos os que veem Lampião um Robin Hood nordestino. "Ele foi bandido, mas também teve atitudes de distribuir o que tomava", diz o pesquisador Antônio Amaury C. de Araújo, de São Paulo, que escreveu seis livros sobre o cangaço. Ex: em 1927, o bando entrou em Limoeiro do Norte (CE) jogando moedas para as crianças. Cena semelhante acontecera em Juazeiro, quando, Lampião foi convocado para combater a Coluna Prestes.
A coluna Prestes foi um movimento entre os anos de 1925 e 1927, encabeçado por líderes tenentistas.
Os tenentistas foi um movimento que ganhou força entre os militares de médio e baixa patente, durante os últimos anos da República Velha. Nesse movimento se mostraram favoráveis às tendências politicas republicanas liberais. Entre outros pontos reivindicavam uma reforma constitucional capaz de trazer critérios mais justos ao cenário politico nacional. Exigiam que o processo eleitoral fosse feito com o uso do voto secreto e criticavam os vários episódios de fraude e corrupção que marcavam as eleições. Eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação.
A coluna Prestes fez grandes jornadas para o interior do país, procurando fazer insurgir o povo contra o regime oligárquico vigente durante a presidência de Artur Bernardes, ainda no período da República Velha. A Coluna Prestes ainda pregava ao povo a necessidade da destituição do presidente e a imediata reformulação econômica e social do país, pregando a nacionalização das empresas estrangeiras fixadas no Brasil e o aumento de salários de trabalhadores em todos os setores rurais e industriais. Em suas jornadas, que se estenderam em uma distância de por volta de 25.000 quilômetros.
A coluna Prestes ganhar muita força, as tropas do governo começam a pedir reforço a todos ate mesmo ao bando de Lampião.
Janeiro: o bandido é convocado
Com a coluna se aproximando do Ceará, Floro Bartolomeu, deputado federal do Estado, recruta uma força de defesa, os Batalhões Patrióticos, e vai com ela para Campos Sales (CE). Prepara uma carta convocando Lampião e a manda para o Padre Cícero endossar. Um mensageiro vai atrás de Lampião. Enquanto isso, Bartolomeu, adoentado, segue para o Rio.
Fevereiro: confusão entre inimigos
Aparentemente sem ter recebido a carta de Bartolomeu, Lampião cuida de seus interesse pessoais em Pernambuco. Invade a fazenda de um antigo inimigo, mata dois, fere dois e incendeia a casa. Saindo desse ataque, no mesmo dia, tem um combate com a coluna, mas pensa que está lutando com a polícia.
Março: defensor público por pouco tempo
Lampião recebe a carta e segue para Juazeiro. Acampa com 49 homens perto da cidade e mais de 4 000 curiosos vão vê-lo. No dia 5, se encontra com o Padre Cícero e recebe uma patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, assinada, acredite, por um funcionário do Ministério da Agricultura. Mais tarde esse homem diria que, naquelas circunstâncias, assinaria até exoneração do presidente. Todos os cangaceiros recebem uniformes e fuzis automáticos. No dia 8, Floro morre.
Lampião parte decidido a cumprir o combinado, mas é perseguido em Pernambuco, o que o desaponta. Volta para falar com o Padre Cícero. Como este não o recebe, interrompe sua carreira de defensor público e retoma a rotina de crimes.
Postagem muito boa!! Detalhes que poucos sabem...
ResponderExcluirPoxa vc poderia me enviar a referencia bibliográfica desse assunto darei uma aula na faculdade e precisava da referencia. Muito bom o texto. Parabéns!
ResponderExcluirO livro do autor da informação acima, Antonio Amaury C. de Araújo. Resta saber em qual dos 6 livros ele cita o episódio.
ExcluirVi um documentário onde é dito que o confronto entre Lampião e a Coluna Prestes nunca acontecera. O que podemos afirmar?
ResponderExcluirEu também li que Lampião foi convocado por Pe. Cicero que concedeu falsa patente de capitão e armas para Lampião combater a Coluna Prestes, mas, que esse confronto nunca aconteceu. Complicado!
Excluirmuito interessante, estou estudando sobre isso e estou pesquisando pra saber +
ResponderExcluirRealmente, esta informação do confronto entre a Coluna Prestes e o bando de Lampião de fato, nunca ocorreu. Esses dois grupos jamais se cruzaram.
ResponderExcluirLuciano Conceição, Graduado Em História
Alguém pode indicar uma referência totalmente confiável para este episódio? Ou é porque exatamente não haver referência exata que dizem que nunca aconteceu?
ResponderExcluirA história se repete quando o governo, a igreja e 'forças do mal' se unem contra àqueles que almejam mudanças no sistema vigente. Pensem nisso.
ResponderExcluira historia real, pesquisavel ate, narra a derrota e submissao do porco comunista Prestes e seus estupidos subalternos para as hostes de Virgulino; episodio historico e veridico, que pode ser consultado na biblioteca publica de Piranhas (AL).
ResponderExcluirDiscordo que Prestes seja um ``porco comunista´´; o capitalismo, que gera sociedades desiguais, com muita miséria dos povos e uma minoria privilegiada é sistema muito mais injusto que o socialismo.
ExcluirO nome capitão surgiu de uma promessa não cumprida do governo do Estado do Ceará de integrar o seu bando aos batalhões patrióticos da Guarda Nacional caso Lampião e seus homens conseguissem deter o avanço da coluna Prestes na cidade de Juazeiro do Norte.Até nisso o Estado do Ceará enganou...rsrsrs
ResponderExcluirO nome capitão surgiu de uma promessa não cumprida do governo do Estado do Ceará de integrar o seu bando aos batalhões patrióticos da Guarda Nacional caso Lampião e seus homens conseguissem deter o avanço da coluna Prestes na cidade de Juazeiro do Norte.Até nisso nosso estado enganou...
ResponderExcluirCreio que foi uma tentativa sutil de se verem livre de Lampião: como seu bando de 50 homens fariam frente aos 1.500 de Prestes? ele ia morrer junto como seu bando...
ExcluirNão houve combate entre a Coluna e os cangaceiros. É fato que "compraram" Lampião com a patente de Capitão para que este combatesse a Coluna, porém não houve o combate.
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